Tolhi em seus lençóis o verbo mais abjeto que encontrei
Chamei-lhe de puta, profana e rameira de sete ventos
Emporcalhei a tua pureza. Fácil. De pouca fama tu me eras.
Cingi a tua nudeza com correntes de humilhação
Torci teu ventre, lhe puxei o chão.
Eram como passavam nossos dias.
Na mordomia de nosso casebre.
Achega-se à noite seguinte; mesmo enredo, mesma prosa.
Tu me tomava a encosta, eu lhe fazia salão nas entranhas.
Tu me era estranha, maldita. Mas impossível de se reter
Pura represa, proezas estranhas para conter
Com pernas, sinos ou badalos.
Eram como marionetes.
Nós nas mãos do desejo, dia-a-dia.
3 comentários:
muito bom, meu caro Pedroca. muito bom!
é romance isso. palavras inquietas. a falta de pudor de um casal. tem que ser assim.
Não apenas um aperitivo poético, mais sim um delicioso banquete. A nudez do carnal, do profano. Adoro te ler!
Parabéns, meu amor! Amei.
excelente !
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