quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Apenas

Se eu pudesse, rasgaria o tempo

e faria de meus dias noites alegres.

Depositaria em meus sonhos

a esperança de quem não sorri,

mas também não chora.

Me deitaria num colo macio

que seria regado pelas lágrimas

que trago trancadas no peito,

e brotaria dali um amor.

Esta minha mão, que se atira no ar

como se quisesse segurá-lo,

quer na verdade tocar este corpo,

e então, num toque sutil, se fecharia,

como se tivesse medo de perdê-lo.

E este brilho, este brilho de teus olhos

que as vezes me ofusca,

me traria a paz, a que tanto procuro,

dando-me a certeza de que são meus teus beijos.

Mas a certeza oscilante,

me impele de uma maneira cada vez mais forte

aos teus braços, como um descanso merecido

para aquele que antes não se cansava.

Mas o fim não existe,

também para o que não é eterno.

Resta sempre a lembrança para aquela palavra

que me faz implodir em mente este meu corpo

não satisfeito apenas com seu som,

quer ele também esta mulher,

esta mulher chamada: Marta.

Um comentário:

L. Rafael Nolli disse...

Será que a Marta resistiu a essa declaração? Creio que não!