1
onde a palavra se transforma
escrita
2
deixarei as palavras invadir as páginas
até encher folhas enquanto elas se quiserem
escritas
3
depois de definida uma poética mínima
dou ao verso livre a plena cidadania para ir
acampar com as minhas letras na natureza
escrita
4
vou tentar variar entre o singular
e o plural decorrerá e decorrerão até ter
esse Futuro estabelecido num horizonte feito
para os verbos ganharem tempos vários
escritos
5
coloco na janela dum quarto vago
o quadrado branco dum papel cortado
para sinalizar um espaço a ocupar
havendo quem queira arrendar vendo-o
escrito, alugo ou vendo? para já, dei_xo-o…
6
o simbolismo sempre me atraiu e por isso
sempre procuro encontrá-lo e tê-lo
com a harmonia e aconchego
duma mulher que penteia o cabelo
fazendo-lhe festas fazendo-se carícias
com uma sensualidade que no homem
ergue.!.
7
o mastro do veleiro onde veleja
bolinando com a veia de poeta os versos
onde se faz às ondas procurando sair
para um mar antigo como aquele ainda
vivo e recordado como sendo o das Descobertas
ainda possíveis enquanto a escrita
não se faz com scanners no espírito
congeminador
8
neste número mágico onde o símbolo
do infinito brinca com a verticalidade dada
pelo oito… espero pelo dia seguinte
para prosseguir com esta viagem infinda
como a vida projectada para além da Morte
procurando suplantar a morte ignorante
ignorando os nossos esforços de Imortalidade
já não falando na glória desnecessária
p_arte!
9
REGRESSANDO
ando no regresso
10
LIBERTANDO
cada verso/ escrito!
6 comentários:
Incrível poética!
Abraços.
Interessante a cionstrução.
Belissimo!
Belo poema em dez grandes passos!
Maravilha !
sem [mais] palavras...
formidável !
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