quarta-feira, 2 de junho de 2010

Música!



Hoje vou postar a letra de uma música que fiz recentemente. Acho o processo da composição de letra muito diferente da criação poética, e tenho gostado de explorar a linguagem. E claro: ler a letra ouvindo a melodia é mais bacana. Vocês podem ouvi-la aqui: http://www.oinovosom.com.br/bratislava - Espero que gostem! Abraços!

***

Mapa do Deserto

o fim do mês encontrava
meu carpete todo empoeirado
no raio de sol formigava
a multidão de pontos brancos no ar

meus olhos ressecam no fundo do mar

o chão da minha casa é o mapa do deserto
de um lugar qualquer

o fim do dia se agita
leva embora o que ali morava
o escuro se precipita
e desintegra

a multidão de pontos brancos no ar

o chão da minha casa é o mapa do deserto
de um lugar qualquer

10 comentários:

wcastanheira disse...

Meu caro, sou fã da sua página, especialmente hoje, fiz uma visita para uma leitura demorada, como diria Carlos Drumond, uma leitura amiúde, e...gostei do q li, sua nova composição, sinceramente, tem uma boa composição poética, mas não consigui perceber o tom musical ideal, ainda. Um abraço do amigo Castanha!!!

L. Rafael Nolli disse...

Victor, maneiríssimo o trabalho desses caras - beleza de som suingado. O poema caiu bem, casou. Gostei.

Flá Perez (BláBlá) disse...

puts! tudo que a gente queria fazer e não fez, todo simbad que não fomos...os lugares que ficaram nos esperando.


adorei.
bjbjbj

rogerio santos disse...

Victor, faz tempo que me aventuro nessa brincadeira de criar letras para melodias. Acho divertidíssimo.
Também já tive várias letras musicadas... Curto mesmo.

Francamente falando, não achei a melodia das melhores, mas dentro de uma pegada mais "pop", interagiu bem com a letra.

Vai fundo poeta !

Abraços,
Rogerio Santos

Victor Meira disse...

Que legal, valeu Nolli, Flá, Castanha e Rogério.

Rafa, "esses caras" somos eu (no vocal e contrabaixo), meu irmão (na guitarra) e o Chammé (na batera). Formamos a banda no ano passado, mas só começamos a nos dedicar mais às nossas composições recentemente (até então vinhamos formando um repertório de covers que vão desde o jazz cigano do Django Reinhardt até a nouvelle scène francesa com Debout sur le Zinc, passando por coisas que, mesmo já sendo consagradas, fazem sentido para a gente, como Rolling Stones e Who).

Rogério, gosto muito do seu "francamente". Chegou a escutar as outras duas músicas? Achou elas meio pop também? To interessado nesse feedback, porque a tendência da banda tem sido experimentar mais e mais a cada composição. Os três da banda cresceram ouvindo os rocks dos anos 90 e 2000 (os tres temos vinte e poucos), mas não gostamos de nos conformar com isso, haha. Achamos pouco. As outras duas musicas que estão no site foram compostas recentemente, mas Mapa do Deserto já tem uns bons dois ou três anos (só a letra é mais recente). Enfim, temos feito experimentos com duetos de vocal instrumental e texturas na flauta doce. Não podemos fugir do rock, mas não queremos fazer só (mais) um rockinho, sabe?

A banda tá engatinhando, assim como nós enquanto músicos, enquanto banda, enquanto compositores. Letra de música sempre foi um dragão de sete cabeças pra mim. Sempre achei a poética musical dificílima porque exige uma simplicidade singela... exige um requinte formal com uma rigidez que a poesia não exige; é o que sinto. Foi bem difícil começar a escrever dentro dessa linguagem, e confesso que ainda o faço com bastante esforço.

Bom, é isso. Só jogando uma conversa fora. Como disse o poeta: se eu tivesse mais tempo, escreveria menos.

Abraços, valeu pelos comentários!

Lírica disse...

A letra pode soar nostálgica, mas na verdade é a cosntatação intutitiva de se fazer parte de um universo infinitamente amplo e eterno que tem as marcas do passado, mas, ao mesmo tempo modifica esse ermo, ou sua representação... Hehehehe__ ao levantar sua poeira e fazer novas marcas. Ainda que isso nos resseque os olhos... de pó ou de sal. A virada da noite tb dá uma conotação bem bacana de ciclicidade, de recomeço depois de um aparente fim. Muito bom. Tem muita poesia debaixo dessa poeira, mas é preciso um "sol" pra ver isso, né? Então "que se faça luz"!!!!!!!!!

Barone disse...

Gostei.

"o chão da minha casa é o mapa do deserto
de um lugar qualquer"

Barone disse...

Foi meu Poema da Semana no blog - http://escrevinhamentos.blogspot.com/

Joe_Brazuca disse...

estão "engatinhando" a passos de puma !...rs

muito legal, tudo, música, clima, pique, poesia...tá certinho !(quem perguntou, né ?...rsrs)

(palpite, posso ?...aumenta a voz um pouquinho na próxima mixagem...[só pra colaborar]...rs)

Victor Meira disse...

Valeu Lírica, Barone e Joe!

Curti o palpite sim, Joe, valeu pela colaboração!

Abrações!