sábado, 24 de abril de 2010



A VELHA E EU



A velha e eu
lutamos nossa luta
Um dia ela me vence
outro não há ninguém
entre o espaço que habito
e a perfeição
Ela surge no espelho
eu na janela
do meu desalinhado coração
Joga cinza no espaço
faz trejeitos
derruba meus conceitos
de paixão
Mas eu também de lado ainda espreito
e dou-lhe um golpe altivo de direita
e jogo a velha intrusa
no porão
Sei que um dia a batalha desigual
perderei com total humilhação
mas por enquanto eu pego seus cabelos
e seguro essa velha na emoção
trago meus atabaques - vou à luta
seguindo o rio
caudaloso e bruto
do meu
desamparado
coração.

(imagem trabalhada pela autora sobre quadro seu)

5 comentários:

Hercília Fernandes disse...

Essa luta parece mesmo desigual, Helena... Mas sejamos otimistas!...

Seu texto mexeu comigo e considerando que amanhã (dia 25) é meu niver, mais ainda!...

Agradeço a leitura. Também tenho travado essa luta [interior] com os espelhos.

Beijos com carinho,
H.F.

L. Rafael Nolli disse...

Helena, e a luta prossegue, enquanto nos restar força. Muito bonito o poema - esse tema sempre mexe com a gente...

ps* Tenho gostado muito de suas imagens.

Helena disse...

Obrigada, Hercília e parabéns pelo seu niver! Combateremos o bom combate sem treguas hehe

Helena disse...

Obrigada, Rafael, combatermos á sombra hehe O teme mexe com todos, o tempo, este vilão. Quanto às imagens, eu era artista plástica e adoro esta parte de pegar meus quadros e transformar em ilustrações

Adriana Godoy disse...

Bonita imagem, belo e comovente poema. Bj