No bar do China, lá na esquina
tem pastel de todo tipo :
“Cáni, quezo, pamitu”
Tem rango comercial
arroz, feijão, bife e coisa e tal
Entra toda gente
velho, pobre, rico, menina
nem todo mundo contente
só quem traga uma cana
acaba e finge sorridente...
la no bar do China...
Tem “sulasquino de flango”
bem temperado
tem bêbado capengando,
trabalhador mal humorado
tem tempurá, muito engordurado
Dono e dona, chinês
“Emplegado blazilelo”, “baiano”
as vezes pinta até boliviano
mas sempre tem freguês
Tem mesa onde come tudo junto
pode até ser mesa pra defunto
depois de uma briga parida
ou, vai ver, de bala perdida...
No bar do China, la na esquina
tem todo tipo de gente
tem pastel, petisco e aguardente
menino moço, irreverente
mini-saia de bonita menina,
lá na esquina...no bar do China !
7 comentários:
Joe,
grande o seu texto. Adorei a linguagem e os conteúdos de mensagem. Parabéns por seu rico poema-retrato!
Beijos,
H.F.
grato, Hercília !...eu e Sampa agradecemos !...um beijo
É bem um retrato dessas esquinas de Sampa! O bacana, Joe, foi a sua representação dos falares desses ambientes!
Fala, mêu!
Como frequentador, quero dizer, estudioso, de filosofias e filósofos de "butiquins", os de Sampa são singulares, em cada um de seus bairros/cidades. À primeira vista achei a foto parecida com o balcão do Botequim do Hugo, ali na Pedroso Alvarenga, Itaim Bibi (os melhores pastéis do planeta - é a mama do Hugo quem faz).
Parabéns e forte abraço,
TON
Adolei! Pela tua poesia, me enfiei no botequim e curti as pessoas, as falas e, sobretudo, o teu olhar sensível.
Isso 'inda dá samba, e, justamente, no dito túmulo do quê.
Cousa fina, poeta.
abraços a todos amigos e amigas !
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