ESTAÇÕES
Uma Ondina nasceu neste tanque e ninguém acredita.
Uma Ondina nasceu neste tanque e ninguém acredita.
Sol lavou todo pátio, minha tia decreta: é abril. Quase sempre, parece.
Dezembro esticado, janeiro perdido em janelas.
Fevereiro roubei suas flores você nem me viu.
Dezembro esticado, janeiro perdido em janelas.
Fevereiro roubei suas flores você nem me viu.
Sou assim, meio março ou abril.
A Ondina me disse umas coisas você não me olha.
Nunca sei o que pensa.
Nem os peixes, a roda, o cavalo do tempo.
O seu corpo é de pedra, sua boca de água, sobre as folhas, a sombra. Sua boca que jorra o murmúrio de sempre.
Faz mal não, vivo assim neste abril.
Faz mal não, vivo assim neste abril.
Olho o tempo que passa.
Tudo mais é segredo.
3 comentários:
Olá, Helena! Me fez ver em uma canção, uma bela canção, entranhada no corpo do poema! Gostei!
tudo mais é segredo...
tb gostei !
"Dezembro esticado, janeiro perdido em janelas.
Fevereiro roubei suas flores você nem me viu.
Sou assim, meio março ou abril."
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