O olhar vadio
vagou por toda a paisagem...
pediu passagem
e mergulhou no vazio.
Do olhar se esvaiu
a luz. E um manto
tépido cobriu
a miragem de pranto.
Um outro olhar
deu à luz
o que a luz traduz
mas não pode criar.
E, ao despertar,
vendo-se em outro olhar
soube, enfim, que existia.
"E foi-se a tarde, e a manhã do primeiro dia".
5 comentários:
Bem vinda, Lirica, adoro essa poesia!
sonoridade impar...
o olhar vadio
do olhar se esvaiu
muito legal !
Victor e Joe, obrigada pelos comentários.
Este poema é inspirado na teoria da Imago, de Lacan e quer expressar a impotância de nos legitimarmos uns aos outros, afinal a nossa existência é sempre endereçada ao outro.
É muito bom ter o privilégio de me expressar neste espaço literário, por exemplo, e mais legal ainda ter o feedback dos queridos co-blogueiros.
Um grande abraço a todos.
Olá, Lírica! Antes de mais nada, bem-vinda! E já chegou com um ótimo poema para coroar a sua presença aqui! É isso, abraços!
Obrigada, Rafael. Tenho me deleitado neste espaço, tanto com os poemas como com os comentários. Já me sinto em casa.
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