sexta-feira, 9 de outubro de 2009

EPÍLOGO

Tua viagem terminou.
Arrumarás a mala, apressado.
Pressionarás o fecho
a engolir as roupas.
As sobras coloridas, nas beiradas,
serão cinzeiros esfumaçando.
Não queimaram de todo
mas não acendem mais.

Não levarás o cheiro do banho
mas o suor , ardendo a fuga.

Não levarás o beijo
mas a vaidade do rosto.

Levarás as palavras na garganta
e um corpo sem memória.

Levarás aquele meu sorriso
que é teu.

3 comentários:

RAUL POUGH disse...

Se o sorriso já era dele, nada mais injustamente justo!

Anônimo disse...

o fim é sempre assim...
quase sempre leva-se ou nada ou o que já se tem.
belo e desconcertante poema.

[ rod ] ® disse...

e o fim sempre deixa o gosto amargo do ainda pode ser... bjs moça.