sábado, 18 de julho de 2009

Os Fantasmas de Ti

Penso em ti...
Pé ante pé
na cozinha.
Tua coxa
junto da minha...
Nós dois assim
“de conchinha”...
Mas não...
Olho a porta...
e quem ali aporta
são os fantasmas de ti.
Entre um café e outro
eles sempre voltam aqui.
Gargalham e zombam
desse meu fingir
não mais te querer.
No vazio do meu riso
ainda te exorcizo,
disfarçando medo
nesse engano ledo.
Os vultos teus na sala
são os anfitriões
dessas madrugadas
de tantos senões.
Minhas canções mudas
são a trilha perfeita
da verdade refeita
de não te esquecer.
Lá vem eles...
Os fantasmas de ti
que fazem a festa.
E o que me resta?
Enfrentar
meu coração bandido
ou me dar por vencido?

Anderson Julio Lobone

3 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

"Minhas canções mudas
são a trilha perfeita
da verdade refeita
de não te esquecer."

Satisfaz-me
- poeticamente -
ver um homem
sofrer um bocado de amor...
Acabo de assistir,
uma vez mais,
à minissérie "Os Maias".
Eça, como poucos,
se não o único,
soube falar de grandes amores,
quase insanos de tão completos,
declarados por homens
a mulheres equivocadas...
Suspiro
do começo ao fim. (risos)
Ainda escreverei a respeito
no meu blog doce de lira.

Um abraço, Anderson!

BAR DO BARDO disse...

A lembrança do ser amado não deve ser nada fácil. Você expressou bem isso...

Adriana Godoy disse...

esses fantasmas talvez sejam os mais difíceis de lidar...gostei do poema, muito bonito.