alice encontra a lagarta
para alice está tarde para as palavras
sobre o lindo cogumelo gigante a lagarta oferece a névoa reparadora
some alice como se fosse o ar
“nas mesmas águas que o místico nada o drogado se afoga”
eu e alice nunca passamos da arrebentação
em alto mar todas as ondas são vagas
não quebram simplesmente
sua arte é perambular.
nem com todos os aterros
possui a terra a pedagogia das águas
matamos a circum-navegação
e nossa arte de vagar
um rochedo precioso atirado em alto mar
é mais túmulo que adorno
29 comentários:
Audemir, quase uma viagem lisérgica meu caro. Seja bem vindo.
Belo poema, amor... um presente para os olhos e os pensamentos.
Beijos,
Márcia
Congratulations!
"Como é que a chama?"
Um envolvente cingido pra você.
Té.
o poema chega a ser tsunâmico, tão vasto e de tamanho impacto! [sem, no entanto, causar estragos ~> só mergulhos possíveis... pasmos diante da imensidão].
Muito loco
eu diria
um a braço!!!
porque alice não sabe onde vai - e nunca ligou. não poderia ter sido mais POÉTICO! belíssimo.
Bons tempos meus, tempos nossos
de borbopaints de afogados sonhos mistiloucos, pra poucos...
Muito bom mesmo, poeta, apesar de vc ser Flu...(brincando...rs)
abração
Na onda desse mar, viajei nesta tarde em que chego depois de mudar tantas vezes, nem sei quem sou, não me explico. Circum(e)navego vaga.
Gostei do encontro.
esse texto é para ser lido várias vezes... navegar é preciso e andar sobre as águas também... menos túmulo, menos adorno e mais embarcação...
"nem com todos os aterros
possui a terra a pedagogia das águas..."
tenho um poemeto que se contrapõe ou se funde um pouco com esse belo pensamento...
traz em si, o momento em que a terra bebe a pedagogia das águas...
Térreo
ROGERIO SANTOS
a razão do recomeço
do viço de cada jornada
mora no canto da alma
no cheiro da terra molhada
Um Abraço,
Rogerio
O que fazemos nós, senão perambular nas vagas?
Fazemos arte que jogamos ao léu em busca de olhares contemplativos que saibam apreciar a beleza contida em nossos versos...
Mas se repousar sobre uma pauta que nunca for lida, ou um livro nunca aberto, será sim, mais túmulo que adorno...
Vaguei nessas ondas!
Abraços.
Paz e Poesia sempre!
Belo poema, com certeza. A linguagem poética muito bem explorada, me fez viajar nessas ondas, repletas de metáforas.
O último verso é sísmico. Bonito, viu? Legal essa conversa entre poesias.
Abraçø!
Entre a lagarta e as vagas do mar há um abismo de arrebatamento imagístico e é aos espaços assim que precisamos dar mais atenção. Nossas cabeças (leia-se espíritos) clamam por abertura e distância dos confinamentos. Adorei o poema. Também fugi como se fosse o ar.
Grande; Barone!
Poema que é um tiro no escuro...
Tapa na face da mesmice!
De prima!
Muitos versos precisos e preciosos, grande impacto no todo. Saramago, Antunes e boa etc. Abraço e parabéns pela estréia
Audemir, peço-lhe desculpas por confundir com Barone.
Abçs.
Muito alice!maravilha de poema!
http://anndixson.blogspot.com
caros e caras,
obrigado pelo carinho e por jogarem meu poema para além dos sete mares.
como diria bob dylan: nao tenho nada a nao ser afeição por todos que tem navegado comigo.
Audemir -- The Fool
a vontade é quase inteira a de se afogar. mas com um poema certo, desenhado assim, nado. nado, mas sem passar da arrebentação... fico ali com alice e a lembrança mística de uma lagarta calma, muito calma. e, me parece muito certo que não me afogue nunca, pois a água é professora... e que belíssimo adorno.
'e nossa arte de vagar
um rochedo precioso atirado em alto mar
é mais túmulo que adorno '
esses versos são um achado!
Belo...Fruto de muita "transpiração"
Parabens.
Beijos.
Audemir pode não ser bom de bola, mas é bom com as palavras!
Gostei muito da relação entre mar e amor... o "nunca passamos da arrebentação" foi genial!
Abraços!
Audemir!
lINDO...
bem você mesmo:
misterioso e cheio de metáforas..
amei!
parabéns!
a
li
mentei-me
a
li
ciei-me
nessa
arte
de
vagar...
evoé, audemir!
E assim não veremos o reverso
o avesso da medalha submersa
a cara
e coroa
diluem-se...
Bárbaro
As palavras, quando Audemirianas, ganham a etimoligia erudita do coração.
Todos sentem.
Parabéns!
Mais uma vez esse homem se consagra.
A poesia é onda e tem vaga. A onda é poesia, espaço vago. A vaga é do poeta que tira onda! Bonito, grande amigo das letras, das traças e trapaças. Vou postar também.... abs
Sou seu Fã!!!!
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