domingo, 1 de fevereiro de 2009

sem título

para que queres, meu amor,
os meus olhos se estrangeiros te falam?
se os fecho cada vez que uma gaivota vai,
ou todas as vezes que não brame o mar…
estão sempre a lembrar-se da necessidade
de ter o sol a nascer na língua salpicada
de manhãs sedentas. e estão atentos ao abraço
longínquo da seara, com sabor faminto…
para que queres, meu amor, os meus olhos
se devagar, lá dentro, coexistem labaredas imperfeitas,
daquelas que não são feitas a viver?!...

mariagomes

(benguela, maio de 2004)

9 comentários:

Márcia Maia disse...

que maneira mais bela de começar o domingo, queridíssima, de qualquer dos nossos dois lados do mar! benvinda! feliz demais de estar mais pertinho de você, aqui.

um beijo grande.

Adriana Godoy disse...

Belíssimo na forma e conteúdo!

Beatriz disse...

Belo!
Ah, quem não quer labaredas imperfeitas na língua salpicada de manhãs sedentas?
O destinatário da pergunta que não quiser não foi feito pra viver

Barone disse...

Que prazer ter Maria Gomes ao meu lado no Poema Dia.

mariagomes disse...

Eu não sei se é comum escrever algumas palavras, na primeira publicação. A apresentação está feita em todos os perfis.

Mas digo-vos que foi com um imenso prazer que me juntei a vós. Obrigada pelo convite, Victor Barone, companheiro do dia 1!

Sem dúvida, Márcia, estamos mais perto uma da outra. É uma alegria! Para quem não sabe, nós conhecemo-nos... há quanto tempo, amiga? Perdi a conta!

A todos o meu abraço, o meu carinho,
maria

cisc o z appa disse...

puxa!

que labaredas ímpares!

evoé!

Benny Franklin disse...

Gostei do que li!
Noa!

Francisco Coimbra disse...

Olá Maria,
Acabo de me estrear com ACONTECER, deixei acontecer primeiro os versos, agora verso uma outra poesia, que nunca fique para tia, a simpatia. Dizer do prazer de aqui te encontrar, para muita Poesia!...
Bjs
F

Felipe Costa Marques disse...

"não quero ser amado"

mas te amo, maria

saudações!