Eu quero acreditar
Cegamente
Que alguém me aguarda
Na calçada de uma rua
Que ainda suponho
O endereço
Eu quero muito
Acreditar
Que um beijo
Pode me tomar o dia
Das mãos
E me deixar suspenso
Eu penso mesmo
Que posso estar em outra pessoa
Me esperando
Ansioso
Eu estou disposto
A negar todos os indícios
De que não é possível
Só para vê-la
Descendo a escada
Esperando na calçada
Que um abraço a receba
Eu quero acreditar
Em tudo isso
Que não acredito
12 comentários:
Simples, contundente, confessional. Muito bom.
Tu és como a a sra. Lispector: quer mesmo é uma "verdade inventada"...
Tomara que tu a encontres.
Lindo blogue.
Me agrada muito a utopia - a utopia positiva, que nos mantém de pé, buscando algo no horizonte. Belo poema. Abraços.
A gente quer acreditar porque no fundo ACREDITA!
Amor
é macumba, é placebo, é orar.
Só funciona
se acreditar.
Nós desejamos, eu e ela! HAHA!
Nem roma é oposto ao amor?
Nessa "lingüa" com trema e sem acento, hehe! Curti demais seu poema, escrito para uma Moema? Rs! Abs! Té!
Felizpe
Opa, este já ouvi num sarau! Contundente, verdadeiro, de cerne! Poesia a todos
"Eu quero muito
Acreditar
Que um beijo
Pode me tomar o dia
Das mãos
E me deixar suspenso"
Eu não quero acreditar que não acredito mais em tudo isso... Everton, lindo, tocante!
Acreditar, sempre...apesar de tudo e contra tudo e todos...valeu!
Deolinda
Gostei da ~enfase no querer. Se quer é porque ainda não crê. Sou menos poeta do que você
Eu quero acreditar no que não acredito. Ô se quero!
:-)
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