quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

DESSAS COISAS QUE A GENTE DESEJA


Eu quero me iludir

Eu quero acreditar


Cegamente


Que alguém me aguarda

Na calçada de uma rua

Que ainda suponho


O endereço


Eu quero muito

Acreditar


Que um beijo

Pode me tomar o dia

Das mãos


E me deixar suspenso


Eu penso mesmo

Que posso estar em outra pessoa


Me esperando

Ansioso


Eu estou disposto

A negar todos os indícios


De que não é possível


Só para vê-la

Descendo a escada


Esperando na calçada

Que um abraço a receba


Eu quero acreditar

Em tudo isso


Que não acredito

12 comentários:

Lírica disse...

Simples, contundente, confessional. Muito bom.

UN VOYAGEUR SANS PLACE disse...

Tu és como a a sra. Lispector: quer mesmo é uma "verdade inventada"...
Tomara que tu a encontres.
Lindo blogue.

L. Rafael Nolli disse...

Me agrada muito a utopia - a utopia positiva, que nos mantém de pé, buscando algo no horizonte. Belo poema. Abraços.

Alice Salles disse...

A gente quer acreditar porque no fundo ACREDITA!

Yara Souza disse...

Amor
é macumba, é placebo, é orar.
Só funciona
se acreditar.

Felipe Costa Marques disse...

Nós desejamos, eu e ela! HAHA!
Nem roma é oposto ao amor?
Nessa "lingüa" com trema e sem acento, hehe! Curti demais seu poema, escrito para uma Moema? Rs! Abs! Té!

Felizpe

Guto Leite disse...

Opa, este já ouvi num sarau! Contundente, verdadeiro, de cerne! Poesia a todos

Barone disse...

"Eu quero muito
Acreditar

Que um beijo
Pode me tomar o dia
Das mãos

E me deixar suspenso"

Anônimo disse...

Eu não quero acreditar que não acredito mais em tudo isso... Everton, lindo, tocante!

Deolinda VILHENA disse...

Acreditar, sempre...apesar de tudo e contra tudo e todos...valeu!

Deolinda

Beatriz disse...

Gostei da ~enfase no querer. Se quer é porque ainda não crê. Sou menos poeta do que você

Julia Duarte disse...

Eu quero acreditar no que não acredito. Ô se quero!

:-)